sexta-feira, 20 de março de 2020

não vamos passear no bosque

Quando criança, eu costumava brincar de Cabaninha com meus irmãos, primos, pais. Ficávamos dois ou três embaixo de um lençol e fingíamos que estava chegando um grande vendaval ou o lobo mau para tirar o pano, acabar conosco e tudo o que estava ao nosso redor.

Era uma sensação de ansiedade e medo mesmo sabendo que tudo não passava de uma brincadeira. Quando alguém de fora vinha e realmente puxava o lençol, era uma gritaria só.

Ao enviar a 10ª praga ao Egito, Deus informou antes aos israelitas que passassem sangue de cordeiro nos arcos de suas portas para que seus primogênitos fossem salvos. Os dos egípcios foram mortos. Aproveita a quarentena e vai ler essa história em Exôdo 12.

Meio que estamos nos sentindo assim hoje, quem pode ficar em casa. Vivemos dias de receio e precaução com esse vírus que pode chegar à nossa porta a qualquer momento.

Hoje, ungimos as mãos em álcool em gel mais do que nunca e se fizesse efeito, também passaríamos até em nossas portas para evitar que a contaminação chegue. Aliás, tenho pra mim que alguns sem noção que estocam o produto o compra para esse fim mesmo.

Mas a contaminação não chegará como o exército matador de primogênitos, fazendo zoada e eliminando apenas aqueles que estão desprotegidos. Não fará alarde, chegará silenciosa, discreta, não baterá na porta nem fará qualquer ruído. Poderá atacar até mesmo aqueles que estão em isolamento.

É preciso cautela, bom senso, tranquilidade e não subestimar esse inimigo invisível que é capaz de matar tanto quanto um exército.

Fiquemos em casa, se possível, nos resguardando e protegendo os nossos. Sabemos que, em todas as histórias, o lobo mau sempre se dá mal no final.

Em breve estaremos todos juntos indo passear no bosque e visitando nossas vovózinhas novamente.

Autor: Felipe Gurgel (20/03/2020)